A proteção da Amazônia é viável quando se alia conhecimento, mobilização internacional e a participação ativa de povos indígenas, comunidades ribeirinhas e investidores. A combinação da exploração de recursos naturais com a preservação ambiental é um desafio que pode ser enfrentado com sucesso.
Especialistas de diferentes partes do mundo, como a África, Alemanha e Brasil, defendem a tese da “democratização ambiental”. Um exemplo é Mosquito Garrido, especialista em tecnologia e professor na Universidade Jean Piaget de Angola, que participa do Seminário Internacional sobre a Proteção da Amazônia, promovido pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) em Manaus. Garrido destaca que a África enfrenta problemas similares aos da Amazônia, como desmatamento e exploração ilegal de recursos. Ele ressalta a importância da tecnologia para monitorar e coibir essas práticas prejudiciais.
“Na África, enfrentamos desmatamento, caça ilegal e exploração de minerais. A tecnologia pode ajudar a rastrear e identificar recursos que são retirados de maneira fraudulenta. Se consumidores souberem que um produto vem de exploração ilegal, como o trabalho infantil, devemos impedir isso”, afirma Garrido.
Christoph Burchard, doutor em Direito Internacional da Universidade Goethe, na Alemanha, também presente no seminário, acredita na possibilidade de conciliar exploração e conservação. “Precisamos integrar as perspectivas indígenas com as nossas para garantir a sobrevivência no planeta. Devemos agir em conjunto para enfrentar setores que lucram com um capitalismo extremo”, defende Burchard.
Gustavo Marin, doutor em Direito Penal e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), destaca a urgência da convergência entre os participantes do debate ambiental. “É fundamental interagir com todos os grupos envolvidos e considerar o impacto das atividades econômicas nas comunidades afetadas. Devemos desenvolver um modelo inclusivo e respeitoso”, afirma Marin.
Maria Sonia Marães, especialista em Educação Social do Envelhecimento pela Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (Funati), reforça que a exploração ambiental deve priorizar o bem-estar dos habitantes da floresta, e não apenas o lucro. “Precisamos estudar e entender como as ações afetam as populações ribeirinhas e indígenas. A qualidade de vida que experimentamos no passado não está mais disponível para as novas gerações, e é essencial discutir e trabalhar juntos para restaurá-la”, conclui Marães.
Matéria produzida com informações do Amazonas Atual.