
A Justiça do Amazonas determinou, na noite de 19 de agosto, o bloqueio de um repasse federal de R$ 12,1 milhões destinado à Prefeitura de Beruri, a 173 quilômetros de Manaus. A medida foi tomada após uma ação pública do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que apontou falta de transparência e ausência de um plano de trabalho claro por parte da prefeita Maria Oliveira para a utilização do montante, destinado à reconstrução da vila do Arumã, devastada por um deslizamento de terra em setembro de 2023.
O valor, autorizado na semana passada pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, deveria ser empregado na construção de novas moradias para os moradores que perderam suas casas no desastre natural. No entanto, a promotora Jarla Brito, que acompanha as ações da prefeitura, destacou a falta de informações consistentes fornecidas pela prefeita sobre o processo de remoção dos desabrigados, a distribuição de itens essenciais e o plano detalhado para a reconstrução da comunidade.
Em abril deste ano, a prefeita Maria Oliveira informou que apenas R$ 2,7 milhões seriam liberados pelo governo federal, sem apresentar um plano de trabalho detalhado, nem um cronograma de ações ou a lista dos beneficiários. Além disso, a prefeitura não comunicou sobre o repasse de R$ 12,1 milhões, amplamente divulgado pela mídia. Essa falta de clareza levou o MP a solicitar o bloqueio dos recursos até que a prefeita apresente os documentos necessários, incluindo o cronograma da reconstrução das moradias, relatórios sobre as áreas onde os imóveis serão construídos e a lista completa dos beneficiários das novas casas.