
A investigação que resultou na prisão da advogada e influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, começou com a apreensão de uma caderneta relacionada a jogos de azar. Ela e sua mãe, Solange Alves Bezerra Santos, de 55 anos, foram detidas em Pernambuco no dia 4 de setembro, após mandados de prisão preventiva.
O caso teve início em dezembro de 2022, quando a Polícia Civil apreendeu R$ 180 mil em uma banca de apostas em Afogados, Recife. Junto com o dinheiro, foi encontrado um caderno com anotações financeiras. A análise dessas anotações revelou uma conexão entre o jogo do bicho e outras apostas ilegais, levando à abertura de um inquérito para investigar lavagem de dinheiro ligada a apostas esportivas.
As investigações apontaram para Darwin Henrique da Silva, dono das bancas Caminho da Sorte, e seu filho, responsável pelo site de apostas Esportes da Sorte. Este site operava irregularmente, permitindo apostas em suas bancas de jogo do bicho, o que é ilegal no Brasil.
Um relatório da Polícia Civil indicou que a plataforma Esportes da Sorte tinha ligações com uma empresa de pagamentos que movimentou R$ 2,4 bilhões em quatro meses, levantando suspeitas de sonegação fiscal e outros crimes. A marca fez contratos de patrocínio com grandes eventos esportivos e de entretenimento, como a Copa Libertadores e o Big Brother Brasil.
Entre 2019 e 2022, Darwin Filho declarou um rendimento bruto de R$ 7,3 milhões, mas sua movimentação financeira real foi quase o dobro. A investigação revelou que ele adquiriu duas aeronaves e veículos luxuosos, indicando possível lavagem de dinheiro. A Lamborghini comprada por ele foi transferida para a empresa de Deolane.
Além disso, Deolane recebeu R$ 3,2 milhões da empresa investigada, sugerindo um esquema complexo de lavagem de dinheiro. Sua mãe também esteve envolvida, movimentando quantias significativas de dinheiro, o que caracteriza o uso de “smurfing”, uma técnica utilizada para disfarçar grandes transações.
Deolane recebeu prisão domiciliar devido à sua condição de mãe, mas foi presa novamente após desrespeitar ordens judiciais. O caso continua sob investigação pela Polícia Civil, que executou as prisões durante a Operação Integration.