
A Polícia Federal indiciou os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM), além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), por suposta corrupção envolvendo uma propina de R$ 20 milhões relacionada ao grupo farmacêutico Hypermarcas, atualmente conhecido como Hypera Farma. O indiciamento foi divulgado nesta sexta-feira (20), após seis anos de investigação no âmbito da Operação Lava Jato.
O relatório final foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto e está sob sigilo, sob a relatoria do ministro Edson Fachin. O caso de Jucá foi desmembrado e enviado à Justiça Federal do Distrito Federal, pois ele não possui mais foro privilegiado.
A Procuradoria-Geral da República está analisando o inquérito e decidirá se apresentará denúncias ao STF ou solicitará o arquivamento da investigação. Caso sejam denunciados, os parlamentares poderão enfrentar acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o relatório, Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas, admitiu em delação premiada a criação de contratos fictícios para repasses de propina, intermediados por um lobista, Milton Lyra. Em troca, os senadores supostamente favoreceriam a empresa em um projeto de lei sobre incentivos fiscais ao setor farmacêutico.
A defesa de Renan Calheiros não se manifestou. Romero Jucá repudiou o indiciamento, alegando que se baseia unicamente na delação de um executivo. Eduardo Braga também contestou a acusação, considerando-a infundada. Por sua vez, a Hypera Pharma afirmou que já tratou das irregularidades em um acordo de leniência em 2022.