A estiagem que afeta o estado do Amazonas foi capturada em imagens de satélite ao longo de dois meses, revelando mudanças significativas nos rios Negro e Solimões. As fotos mostram a formação de bancos de areia e praias em áreas que antes eram ocupadas pela água.
As imagens, divulgadas pela SCCON no programa Brasil MAIS do Ministério da Justiça e Segurança Pública, apresentam registros diários de alta resolução do Brasil, evidenciando desde queimadas até a seca nos rios amazônicos.
No trecho do Rio Negro, próximo ao Arquipélago de Anavilhanas em Novo Airão, as fotografias comparativas de 8 de agosto e 2 de outubro mostram uma drástica redução do volume de água, com extensas áreas agora cobertas de areia.
Em Tabatinga, a situação é semelhante. A comparação entre imagens de 17 de julho e 21 de setembro ilustra a transformação provocada pela diminuição da vazão, com o surgimento de bancos de areia nas margens do rio.
Na manhã de terça-feira (8), o Rio Negro atingiu a marca de 12,17 metros de profundidade, seu nível mais baixo em 122 anos de medições em Manaus. Desde quinta-feira (3), o nível recuou 29 cm e ainda pode cair mais, devido à falta de chuvas previstas para a região.
Durante a seca mais severa registrada no ano passado, o nível do rio chegou a 12,70 metros em 26 de outubro. Este ano, o Sistema Hidro do SGB registrou um recorde negativo de 12,68 metros na quinta-feira (3), que caiu para 12,59 metros no dia seguinte.
Para ilustrar a gravidade da situação, o nível mais alto já registrado no Rio Negro em Manaus foi de 30 metros, em junho de 2021. O rio, que percorre mais de 1.300 km do território brasileiro, é o maior afluente da margem esquerda do Amazonas, o maior rio em vazão do mundo.