Após a reeleição do prefeito David Almeida, a Prefeitura de Manaus anunciou, com grande alarde, a instalação de novos radares nas principais vias da cidade, como a Avenida das Torres (Governador José Lindoso) e a Autaz Mirim, na zona Leste. A medida, que também inclui a reintrodução das “corujinhas” na Avenida do Turismo e no Rapidão Rodoanel Metropolitano, foi baseada em estudos técnicos de acidentes, mas gerou receio entre motoristas, que já desconfiavam da gestão municipal e suas intenções.
Embora o prefeito e o diretor-presidente do IMMU, Renato Junior, defendam os radares como uma ação para humanizar o trânsito e proteger vidas, muitos motoristas veem essas iniciativas com ceticismo. Para muitos, a reintrodução dos radares parece mais uma estratégia para aumentar a arrecadação da Prefeitura, alimentando a desconfiança sobre a chamada “máfia das multas” ou “indústria das multas”. O aumento de infrações de mil para 5 mil na Avenida do Turismo, citado pelo secretário, mais parece uma justificativa para ampliar a fiscalização eletrônica do que uma real melhoria na segurança viária.
Renato Junior, ao justificar a instalação dos radares, ressaltou que o objetivo não é apenas fiscalizar, mas também conscientizar os motoristas. No entanto, a insistência da administração em usar a tecnologia como paliativo para um trânsito caótico, sem propor soluções reais para a infraestrutura e mobilidade urbana, reforça a percepção de que a medida visa mais a arrecadação do que a segurança.
A reintrodução das “corujinhas” em pontos como a Avenida do Turismo e o Tarumã reflete uma gestão que parece priorizar a multa e a arrecadação sobre melhorias estruturais. A falta de transparência, como o cancelamento sem explicações de uma coletiva do IMMU, contribui para o desgaste da administração.