Azul e Gol assinam acordo para combinar negócios e fortalecer aviação no Brasil

A união entre Azul e Gol pode dominar o mercado doméstico, com 60% de participação, enquanto busca expandir rotas e serviços no cenário global.

Foto: Divulgação/ Azul

A Azul e a Abra, acionista majoritária da Gol e da Avianca, anunciaram hoje a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) não vinculante, com a intenção de combinar seus negócios no Brasil. O comunicado ressalta que essa união, envolvendo Azul e Gol, fortalecerá o Brasil no cenário global de aviação, em um setor altamente competitivo.

O objetivo da combinação é impulsionar o crescimento da indústria aeronáutica brasileira, ampliando destinos, rotas e conectividade, além de melhorar a oferta de voos domésticos e internacionais para os consumidores. A Azul e a Gol operam com cerca de 90% de rotas complementares e não sobrepostas, e, embora a unificação estratégica seja prevista, cada companhia manterá seus certificados operacionais, marcas e operações separadas.

Manuel Irarrázaval, CFO da Abra, comentou que a iniciativa visa reforçar a presença da Abra no Brasil e fortalecer sua rede global, ao mesmo tempo em que apoia a reestruturação da Gol. A combinação resultaria em cerca de 60% de participação no mercado doméstico, superando os 40% da Latam, conforme dados da ANAC.

John Rodgerson, CEO da Azul, explicou que a nova estrutura teria um conselho composto por três membros indicados pela Azul, três pela Abra e três independentes. A Azul indicaria o CEO, enquanto a Abra ficaria com a presidência do conselho.

O setor aéreo enfrenta desafios financeiros desde a pandemia de Covid-19, com muitas companhias reestruturando dívidas e entrando em recuperação judicial. A Gol está em processo de reorganização nos EUA desde 2024, e a Azul também fechou acordos para eliminar obrigações e obter capital. A fusão entre as duas empresas só ocorreria após a Gol sair da recuperação judicial.

Em entrevista ao IstoÉ Dinheiro, John Rodgerson comentou sobre as perspectivas de fusão.