A inflação na Argentina desacelerou 3,5% em setembro em comparação a agosto, marcando a menor variação mensal desde novembro de 2021, quando foi de 2,5%. Essa queda é atribuída à disciplina fiscal e monetária do governo do presidente Javier Milei, que também registrou uma desaceleração na inflação acumulada em 12 meses, a quinta consecutiva.
“O processo de desinflação continua, e a ortodoxia fiscal e monetária permanecerá”, afirmou o ministro da Economia, Luis Caputo, em uma postagem na rede social X.
Após a desvalorização abrupta do peso argentino no final de 2023, a inflação disparou para 25,5% em dezembro e 20,6% em janeiro. No entanto, as medidas de “choque” implementadas por Milei, incluindo um rigoroso ajuste fiscal e monetário, começaram a surtir efeito, resultando em uma tendência de queda nos preços a partir de maio, impulsionada pela política de “emissão zero” do governo.
A estabilidade da taxa de câmbio nos últimos meses também contribuiu para controlar os preços, em uma economia que é altamente sensível às flutuações do dólar.
Em setembro, a redução da inflação foi favorecida pela diminuição de um imposto sobre importações, que reduziu custos para a produção e incentivou a concorrência entre produtos importados e locais. A consultoria C&T Asesores Económicos destacou que a segunda semana do mês apresentou uma moderação significativa nos aumentos de preços, especialmente entre os bens.
As previsões do Banco Central indicam que a inflação mensal deve variar entre 3,3% e 3,6% até dezembro, resultando em uma inflação acumulada de 123,6% para o ano, bem abaixo dos 211,4% de 2023, que foi a segunda maior taxa desde a hiperinflação de 1989-1990 e a quarta maior do mundo no ano passado.