Membros do governo Lula (PT) minimizaram o impacto do anúncio do encerramento das operações da plataforma X (antigo Twitter) no Brasil, interpretando a ação como uma tentativa de evitar o cumprimento das decisões judiciais brasileiras. Acredita-se que o empresário Elon Musk tenha aproveitado as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, como um pretexto para executar um plano já existente de encerrar as atividades no país.
Um ministro do governo ironizou a situação ao destacar que, apesar do fechamento dos escritórios e da demissão dos funcionários, a plataforma ainda está acessível aos usuários no Brasil. Segundo auxiliares do presidente Lula, o assunto não foi discutido diretamente com o chefe do Executivo.
No Palácio do Planalto, a percepção é de que a plataforma X vinha sendo legalmente pressionada a cumprir as regras brasileiras, especialmente no combate à atuação de grupos extremistas. A decisão de deixar o país seria, portanto, uma estratégia para continuar suas operações sem o risco de ter contas bloqueadas ou sofrer outras punições.
Essa visão é compartilhada por outros membros do governo, incluindo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), que acusou Musk de transformar o X em uma plataforma que protege a atividade criminosa da extrema direita no Brasil. Ele afirmou que a saída de Musk tem o objetivo de evitar a jurisdição brasileira.
No mesmo dia do anúncio do X, o secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, classificou como “patética” a atitude da empresa de ignorar ordens judiciais. Ele sugeriu que o fechamento dos escritórios é uma manobra para fugir de responsabilidades e aumentar a pressão sobre Alexandre de Moraes.
A decisão de Moraes que teria levado ao fechamento das operações foi relacionada a uma ordem judicial que ameaçava prender uma representante da empresa por desobediência. Com o encerramento das atividades, notificações e sanções à plataforma podem enfrentar novos desafios.