Faleceu neste sábado (8) a economista Maria da Conceição Tavares, aos 94 anos, em Nova Friburgo (RJ). Conceição Tavares, intelectual luso-brasileira, influenciou gerações de economistas, participou da elaboração do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e foi professora titular da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também atuou como deputada federal pelo PT entre 1995 e 1999.
Em 1998, recebeu o Prêmio Jabuti na categoria Economia, reconhecendo sua contribuição ao pensamento econômico brasileiro.
Nascida em 1930, em Portugal, chegou ao Brasil nos anos 1950 para escapar da ditadura salazarista e se naturalizou brasileira. Conhecida por seus estudos sobre o desenvolvimentismo e a substituição de importações, publicou obras como “Da substituição de importações ao capitalismo financeiro”, “Acumulação de capital e industrialização no Brasil”, “Ciclo e crise: o movimento recente da industrialização brasileira” e “(Des)ajuste global e modernização conservadora”.
O Instituto de Economia da UFRJ, do qual foi fundadora, confirmou seu falecimento. Deixa dois filhos, Laura e Bruno, dois netos, Ivan e Leon, e um bisneto, Théo. Ainda não há informações sobre o funeral.
Conceição Tavares foi crítica da política econômica do regime militar e dos planos liberais dos governos de Fernando Henrique Cardoso. Nos anos 1980, emocionou-se ao defender o Plano Cruzado em rede nacional, simbolizando a esperança de que a inflação fosse controlada. Durante a ditadura militar, exilou-se no Chile, onde trabalhou na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), defendendo o modelo nacional desenvolvimentista. Em 1974, foi presa e passou 48 horas nos porões do DOI-Codi, no Rio de Janeiro.