Museu do Seringal, um dos principais pontos turísticos do Amazonas, fecha temporariamente devido à estiagem

Com acesso exclusivo por via fluvial, o espaço cultural precisou ser fechado

Foto: Reprodução / Michael Dantas

A partir do dia 16 de setembro, o Museu do Seringal Vila Paraíso, localizado na zona rural de Manaus, encerrará temporariamente suas atividades de visitação pública devido à severa estiagem que afeta a região. O acesso ao museu é exclusivamente fluvial, e o baixo nível dos rios compromete a chegada dos visitantes.

O museu, situado no igarapé São João, afluente do igarapé do Tarumã Mirim, enfrenta dificuldades de acesso. Os visitantes atualmente desembarcam em um porto provisório e enfrentam uma caminhada de aproximadamente um quilômetro até o local, o que pode levar entre 20 e 30 minutos — um trajeto muito mais longo do que o habitual.

Aline Santana, diretora do Departamento de Gestão de Museus da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, explicou que a decisão de fechar o museu foi tomada para garantir a segurança e o bem-estar dos visitantes e colaboradores. “Devido à estiagem severa e à complicada logística de acesso, precisamos fechar temporariamente o museu. A trilha provisória, as pontes de madeira temporárias e o terreno irregular colocam os visitantes em risco, além da exposição a animais peçonhentos como aranhas, escorpiões e cobras”, afirmou Santana.

Atualmente, os visitantes enfrentam riscos adicionais por estarem fora do perímetro de vigilância do museu, e a dificuldade de transporte em caso de emergência agrava a situação.

O fechamento será mantido até que o nível das águas dos rios retorne ao normal, permitindo o restabelecimento seguro do funcionamento do espaço. “O tempo de fechamento é indeterminado e dependerá da elevação dos níveis dos rios”, acrescentou Aline Santana.

Sobre o Museu

Inaugurado em 16 de agosto de 2002, o Museu do Seringal Vila Paraíso recria um seringal do final do século 19 e início do século 20, época do ciclo da borracha, que marcou a grande ascensão econômica do Amazonas. Originalmente, as instalações foram usadas como cenário para o filme “A Selva”, dirigido pelo português Leonel Vieira e adaptado do livro de Ferreira Castro. Após a produção do filme, o cenário foi doado ao Governo do Estado do Amazonas, que transformou o local no atual museu.