
A Polícia Federal (PF) divulgou nesta segunda-feira (2) a nomeação de 41 indivíduos envolvidos na fraude bilionária que levou a Americanas a solicitar uma das maiores recuperações judiciais do país no início do ano passado, conforme documentos obtidos pela Reuters.
Os suspeitos têm a opção de colaborar com a investigação em troca de acordos de “não persecução”, que requerem a admissão de envolvimento no esquema responsável por um rombo superior a R$ 25 bilhões na contabilidade da empresa.
Os implicados foram categorizados em oito grupos, de acordo com suas funções no esquema fraudulento. Entre os principais envolvidos estão o ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez e a ex-presidente da B2W, unidade de varejo digital da Americanas, Anna Saicali, ambos já mencionados anteriormente pela PF.
Além deles, a lista inclui ex-funcionários e executivos de diversos setores da Americanas, como contabilidade, relações com investidores e tecnologia da informação.
Gutierrez foi brevemente detido em Madri no início deste ano, mas foi posteriormente liberado, enquanto Saicali entregou seu passaporte às autoridades.
Relembre o Caso
Em início de 2023, o presidente da Americanas, Sergio Rial, deixou o cargo após a revelação de “inconsistências contábeis” superiores a R$ 20 bilhões. Essas inconsistências envolviam operações de financiamento de compras não refletidas adequadamente nas contas de fornecedores, conforme demonstrado nas demonstrações financeiras do terceiro trimestre.
Esses valores bilionários, referentes aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores, não foram devidamente registrados nos balanços da empresa, resultando em uma queda dramática de quase 80% no valor das ações da Americanas na bolsa de valores no dia seguinte. Esta foi a maior queda diária de uma empresa de capital aberto na bolsa brasileira desde 2008, segundo Einar Rivero, da TradeMap.
Na última segunda-feira (2), as ações da Americanas (AMER3) registraram uma das maiores altas da bolsa de São Paulo, subindo 20,97% e fechando a R$ 6,98.