Nesta quarta-feira, 9 de outubro, o nível do Rio Negro na orla de Manaus atingiu 12,11 metros, marcando a menor profundidade registrada desde 1902, há 122 anos. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) prevê que a seca do rio pode se agravar ainda mais.
Artur Matos, coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico, explica que, apesar do início das chuvas em algumas áreas da Bacia do Amazonas, como em Tabatinga (AM), a quantidade de precipitação ainda é insuficiente para provocar uma recuperação significativa nos níveis dos rios.
“Observamos uma diminuição na taxa de descida do Rio Negro, que antes era de 25 cm por dia e agora está em 12 cm. Embora a tendência seja que essa taxa continue a diminuir, os níveis do rio devem continuar a cair nas próximas semanas”, destaca Matos.
No Rio Solimões, que afeta o comportamento do Rio Negro em Manaus, o nível também segue em declínio, com uma média de queda de 8 cm por dia em Tabatinga. Outras localidades, como Fonte Boa e Itapéua, apresentam quedas de 2 cm diários, registrando mínimas históricas de 7,19 m e -29 cm, respectivamente. Em Manacapuru, a descida média é de 7 cm por dia, com uma mínima histórica de 2,13 m.
O Rio Amazonas também está enfrentando mínimas históricas, com registros de 8 cm em Careiro da Várzea e Itacoatiara, -2,42 m em Parintins e 1,74 m em Almeirim.
Em Porto Velho (AC), o Rio Madeira está a 35 cm, 10 cm acima da mínima do mês passado, enquanto o Rio Acre em Rio Branco (AC) se mantém estável a 1,29 m, embora os níveis ainda sejam baixos para a época.
Na Bacia do Rio Branco, os níveis estão normais. Vale ressaltar que um valor de cota abaixo de zero não significa ausência de água no leito do rio, mas sim uma referência baseada em medições históricas. Mesmo com registros negativos, pode haver profundidade significativa em certas áreas.