Seca histórica ameaça os principais rios do Amazonas

Populações locais enfrentam a escassez de água em meio a recordes de baixa nos níveis dos rios; especialistas alertam para um cenário alarmante se as chuvas não voltarem.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Os nove principais rios do Amazonas estão com níveis de água “abaixo da normalidade para esta época do ano”, com dois deles registrando mínimas históricas. A situação é crítica e a vazante continua. O rio Juruá, em Itamarati, e o Alto Solimões, em Tabatinga, apresentam recordes negativos.

Esses municípios, com populações de 10,9 mil e 72,2 mil habitantes, respectivamente, estão enfrentando uma seca severa. A previsão indica que a baixa nos níveis dos rios deve persistir até pelo menos novembro, caso as chuvas continuem abaixo da média.

O doutor em geografia e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcos Castro, alerta que, se não houver chuvas significativas em outubro, a região poderá enfrentar a pior seca de sua história. “A seca pode se agravar ainda mais do que no ano passado, refletindo a diminuição das chuvas”, prevê.

Recentemente, a estação em Manacapuru registrou um nível de 7,54 m, enquanto as médias para o início de setembro nos últimos anos eram de 14,04 m. Em Itacoatiara, o rio Amazonas estava a 5,5 m, bem abaixo da média de 9,94 m nos últimos dez anos. As previsões meteorológicas indicam chuvas abaixo da média histórica em todo o estado do Amazonas.