Segundo fontes presentes, o ministro Alexandre de Moraes se mostrou “tranquilo” e “sereno”, recebendo “muitos abraços” e “solidariedade” dos colegas do STF e da magistratura. Apesar de críticas internas à sua atuação, apoiadores acreditam que o tribunal manterá a posição de que ele não extrapolou suas funções, buscando preservar o “espírito de corpo da Corte” e proteger inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de Moraes, estiveram presentes os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Nunes Marques, André Mendonça, Edson Fachin e Luiz Fux, conforme relatado pelo colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles. Também compareceram o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Vinícius de Carvalho, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Vazamento de Mensagens Uma reportagem da Folha de S.Paulo revelou que, durante a presidência de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seu gabinete no STF teria utilizado informalmente a estrutura do TSE para produzir relatórios sobre aliados de Jair Bolsonaro. Os documentos, gerados pelo setor de combate à desinformação da Corte Eleitoral, teriam sido utilizados para fundamentar decisões de Moraes no inquérito das fake news do STF. Nomes como o juiz instrutor Airton Vieira, assessor de Moraes, e Eduardo Tagliaferro, perito criminal do TSE, foram mencionados.
O jornal informa que não há indícios de que Moraes ou seu gabinete tenham solicitado os relatórios de forma não oficial. Alguns documentos indicam que pedidos foram feitos por juízes auxiliares do TSE ou em denúncias anônimas. Em um áudio, Airton Vieira sugeriu estratégias para evitar que o uso do TSE para embasar investigações contra aliados de Bolsonaro parecesse descarado: “Formalmente, se alguém for questionar, vai ficar muito descarado. Como um juiz do Supremo pede um relatório a alguém do TSE e essa pessoa simplesmente obedece? Ficaria chato”, disse Vieira.
Com o vazamento das informações, diversos parlamentares da oposição estão se mobilizando para apresentar um novo pedido de impeachment contra Moraes.